Imagem destacada: Zed Run
“O futuro dos esportes, mídia e entretenimento é virtual”, segundo Lindsay Mclnerney, Global Head of Technology & Innovation at Anheuser-Busch InBev. “Cerca de 2,5 bilhões de pessoas já participam da economia virtual. É para onde o mundo está se movendo e não há dúvidas de que as marcas precisarão encontrar lugares para estar no mundo virtual em paralelo a onde estão no mundo real” disse ela a Sifted.
A partir disso empresas como AB InBev, Gucci e Warner Bros desenvolvem experimentos com plataformas virtuais, mostrando como o metaverso está cada dia mais enraizado.
A Stella Artois, que faz parte do grupo AB InBev, por muitos anos foi o patrocinador oficial de pistas de corrida de cavalos premium. E agora levou a mesma ideia para o metaverso com um acordo para patrocinar a Zed Run, uma plataforma de corrida de cavalos online baseada em blockchain. Dentro da Zed Run os usuários podem comprar cavalos virtuais usando Tokens não fungíveis (NFTs), que é a mais nova maneira de compra e venda de itens digitais com segurança.
Os cavalos competem uns contra os outros na plataforma, ou são criados e trocados, da mesma maneira que nas corridas reais. O sucesso da corrida é determinado por um algoritmo. A Zed Run teve um crescimento com mais de 1000% nos últimos três meses. Os cavalos virtuais, que eram vendidos inicialmente a US$ 30, podem ser negociados por até US$ 165K.
No caso da Gucci, foi criada uma plataforma no Roblox. Lá, foi feita a venda de uma bolsa virtual pelo equivalente a $4.115,00, custando mais do que uma das bolsas de grife na vida real. Essa plataforma é um ambiente virtual de jardim, que hospeda uma loja onde os visitantes podiam comprar itens de avatar com edição limitada.
Jardim da Gucci no Roblox
Por sua vez, a Warner Bros criou uma festa no bloco virtual da Roblox, para celebrar o remake do novo filme musical de Lin Manuel Miranda, In The Heights.
A bolha do NFT quebrou junto com outras criptomoedas em maio – com as vendas caindo 90% – mas isso não impediu as marcas de explorar possibilidades de longo prazo.
Boson Protocol, uma startup com sede em Londres que está construindo um sistema de comércio eletrônico baseado em blockchain, diz que várias marcas estão ansiosas para explorar as possibilidades do comércio descentralizado, onde os produtos são comprados e vendidos usando NFTs.
A Boson Protocol pagou recentemente US $ 709 mil para comprar um terreno virtual dentro de Decentraland, o mundo virtual baseado em Ethereum, no qual eles planejam construir um shopping center virtual. Os visitantes podem comprar NFTs de moda que podem ser trocados por versões físicas do mesmo boné, sapato ou bolsa.
“Por exemplo, você poderia comprar um par de óculos escuros Gucci para seu avatar usar na Decentraland e obter um Boson NFT para resgatá-los em uma loja do mundo real também”, diz Justin Banon, cofundador do Boson Protocol.
“As marcas desejam atingir os clientes mais jovens nesses novos mundos” diz Justin Banon, cofundador do Boson Protocol, em entrevista à Sifted. Muitas marcas querem oportunidades de mídia para fazer algo assim. Eles querem se diferenciar, assim como quando as compras começaram online”.
Entretanto, as empresas que inovaram nesse mundo virtual não fizeram essa mudança do dia para a noite, tudo aconteceu com muita pesquisa e estudo. No caso da AB InBev e a Gucci, foi resultado de um ano mergulhados nesse espaço do blockchain e metaverso, procurando maneiras pelas quais encaixariam as marcas para construir sua presença digital. A partir disso tiraram aprendizados que foram compartilhados por Mclnerney.
Segue abaixo três pontos importantes para marcas que desejam experimentar essa experiência:
- ● Faça coisas no mundo virtual que são semelhantes ao que você faz na vida real.
- ● Respeite a comunidade virtual.
- ● Aceite que você cometerá alguns erros.
Entrar nesse mercado é uma visão de longo prazo, como foi com a substituição da mídia tradicional pela mídia social 15 anos atrás. No futuro, uma parte do orçamento de marketing de uma marca irá para projetos de mundo virtual, espera Mclnerney. No caso da InBev, ao mesmo tempo que explora eventos virtuais, o portfólio de patrocínio do mundo real foi reduzido.
Fonte: Sifted